Escrevi este pequeno texto em
16/08/2010. Nestes dois anos e meio, quase nada mudou.
“Estive neste fim de semana em
Aiuruoca, sul de Minas, onde fiz uma bela apresentação com o Coral BDMG,
cantando música do Colonial Mineiro. Isto fez parte do projeto Coral BDMG na
Estrada Real.
Aiuruoca é uma pequena cidade, no
melhor estilo interior de Minas, com uma bela praça e uma igreja linda,
possuidora de uma das melhores acústicas que eu já vi (quantas belas surpresas
de acústica há pelo nosso interior a fora). Além disso, vive às voltas com um
acervo de partituras que segue uma rotina mineira, ou seja, pertence a uma
banda centenária, a qual não permite maiores acessos ao mesmo.
Mas, hoje não me iludo muito com
esta questão de acesso aos acervos, pois não se tem feito muito pela difusão
dos mesmos. Tirando os primeiros anos do milênio, onde todos os coros viveram
uma febre de execução daquelas obras, motivados pelo belo trabalho realizado
pelo Museu da Música de Mariana, hoje, o que vemos, é o completo esquecimento
por parte dos músicos e, sobretudo, corais.
Alguns dizem que não é música boa o
suficiente, outros que o público não gosta e outros que sua execução é cara, já
que sempre há a necessidade de uma orquestra. Será? No primeiro caso, já vi o
caso de colegas que se apaixonaram por Lobo de Mesquita, depois de terem
considerado, por muito tempo, que ele era comum. No segundo, difícil, pois se
não há execução, como culpar o público por não gostar? E no terceiro, podemos
executar Mozart com reduções para piano, mas não os compositores mineiros.
Preconceito? Purismo?
Desconhecimento? Falta de dinheiro? Ou seria a máxima de que “Santo de casa não
faz milagre”? O fato é que cada vez menos executamos a música das Minas Gerais
dos séculos XVIII e XIX. Pena.”
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