Belo Horizonte já foi o grande referencial
de coros deste nosso país, principalmente pela existência, há algumas décadas
atrás de um número expressivo de bons coros, dos quais cito alguns: Ars Nova,
Madrigal Renascentista, Júlia Pardini, Usiminas, Assefaz, etc... No entanto,
vivemos, no presente, momento, um decaimento vertiginoso da qualidade do nosso
produto coral, já que alguns coros já se acabaram e outros amargam o
esquecimento e a grande dificuldade de conseguirem bons cantores. Se não bons
cantores, pelo menos a dificuldade é grande de se conseguirem cantores
dispostos a realizarem um trabalho sério.
Há motivos claros para isto? Seria a
política cultural? Seriam os festivais de coros de cunho turístico feitos por
várias cidades e alguns coros e regentes oportunistas destas mesmas cidades, os
quais os organizam? Seriam os professores de canto que ainda acreditam que os
seus alunos estragarão suas belas vozes cantando em um coro? Seria a
necessidade cada vez maior de bolsas e/ou salários que sustentem este mundo de
cantores ditos profissionais que existe no nosso meio? O que será? Recebo
notícias fresquinhas de que está acontecendo o mesmo fenômeno na Europa. Seria,
então, a crise? Difícil saber.
Há 15 anos, quando da tentativa de
melhor o padrão geral dos coros em nossa cidade, eu avisei a alguns que
tomassem muito cuidado, pois a desmedida busca pela melhoria geral poderia
trazer conseqüência para o futuro, já que o movimento de formação constante de
cantores, proporcionada pelos coros menores em direção aos maiores e mais
desenvolvidos, sempre foi a grande riqueza coral de nossas Minas Gerais. Nem
mesmo eu podia imaginar que o resultado seria tão catastrófico. Onde estão os
bons coristas de minha terra? Olhem para trás, meninos, pois nós já fomos os
mais disputados deste país. Nossos melhores cantores (solistas) saíram dos
melhores coros. Acordem!!!
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