Segundo o músicólogo José Maria
Neves, a antiga diretora do Museu da Música de Mariana, Profª. Conceição
Rezende, atribuiu este Te Deum a Manoel Dias de Oliveira, célebre compositor
nascido em São José del Rei (Tiradentes), e a aponta como sendo a obra executada,
em maio de 1792, para celebrar o Malogro da Inconfidência Mineira. A primeira
informação pode ser comprovada hoje, pois fragmentos ausentes de partes
instrumentais foram encontrados e comprovam a autoria do mestre mineiro. A
segunda permanece como uma hipótese das mais interessantes. Toda a tensão
mantida durante o Te Deum pode ser analisada, com certeza, como o
posicionamento de um inconfidente, pois Manoel Dias o era, perante um momento
de conturbação máxima no qual ele não podia se expor sob o risco de também ser
preso.
José
Maria Neves chama a atenção, ainda, para a divisão da peça em 4 movimentos, sendo
que o último deles é realizado com a frase final da oração: Non confundar in
aeternum (... que não sejamos confundidos para sempre). Uma mensagem
inconfidente aos do seu tempo e à posteridade? Talvez nunca saibamos...
Aqui
o Madrigale interpreta o primeiro movimento, Te Deum.
Clique aqui para assistir:
Isso é um delírio histórico sem qualquer base documental. A frase final do texto faz parte da liturgia. Todos os finais de Te Deum da época, e até mesmo depois, terminam com grande dramaticidade. Só quem não está familiarizado com compositores portugueses e italianos dessa mesma época é que insiste na atribuição absurda desta obra à Manuel Dias de Oliveira. Harry Crowl.
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