Na partitura da Missa, Bach integrou todas as correntes
compositivas historicamente conhecidas, desde a mais estrita polifonia
renascentista até os mais modernos estilos galantes. Apesar de sua extensão
(cerca de 2 horas são necessárias para executar todas as partes, e por isto
dividimos sua execução em dois concertos) e da incrível variedade de fontes e
estilos que sintetiza, a Missa em Si menor é um prodígio de unidade estrutural
e oculta sob a superfície um imenso trabalho de adaptação e recriação musicais.
O Kyrie 2 é muito mais curto do que o primeiro, mas não menos intenso e
complexo sob o ponto de vista da sua composição. Como não poderia deixar de
ser, uma fuga é a forma escolhida por Bach para fechar a primeira seção, mas
nesta peça o coro é tratado a 4 vozes e os instrumentos (flautas, oboés,
fagotes e cordas) dobram as vozes, num recurso muito utilizado pelos compositores
luteranos alemães quando da execução de hinos religiosos. Isto amplifica o
coro, gerando uma riqueza timbrística característica muito utilizada, sobretudo
nas Paixões em Bach.
3. Kyrie eleison (no vídeo o Coro de São Tomás, em 2000)
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