Considerações do
maestro, pensando na programação do segundo semestre:
Há bem pouco tempo
atrás, os corais tinham por hábito montar seus concertos em duas partes: uma
com músicas sacras, e outra com músicas profanas (posteriormente, chamávamos a
segunda parte de “populares”). Hoje, os concertos são mais ecléticos, sendo que
os gêneros não mais são diferenciados. Canta-se música coral, e pronto.
Eu próprio fui um
dos que considerava importante uma miscigenação dos gêneros, por entender que
sua separação mais prejuízos do que benefícios trazia. No entanto, o tempo
passa e a distância dos elementos exclusivamente sacros começam a fazer falta
na completa maneira de pensar o interpretar a música. Há uma discussão
constante do que é o “mistério” quando se canta música sacra, que não é
possível pensar em outros gêneros. Termos como “amor”, “prazer”, “gozo”,
“êxtase”, “paixão”, “sofrimento”, “desespero”, etc. têm significado único e
diferente neste contexto, e é justamente na diferenciação da música coral da instrumental
que a palavra tem a sua importância máxima. O termo para isto é verbalização.
Para quem canta, o texto de São João é altamente significativo: No princípio
era o Verbo, e o Verbo se fez... cantando.
No nosso tempo,
exprimir-se em termos sacros não é bem visto quando se canta em teatro. Música
sacra se faz na igreja, e ponto. Desconsideremos. Música sacra se canta em
qualquer lugar, porque ela é única enquanto sacra, porque ela evoca em nós
sensações e sentimentos os quais não são “palpáveis”, nem “visíveis” na música
popular (profana). São universos diferentes. Faz parte do “MISTÉRIO”. Amém.
Sou meio suspeito pra dizer, mas... Amém!
ResponderExcluirPedro.
Amém!
ResponderExcluirA arte não precisa de um pedestal ou moldura para ser arte. Arte é expressão!
Assim como a arte visual pode e deve sair do museu, pode a música sacra sair da igreja!
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