Dos compositores modernos que se dedicam à
música coral, dois são muito conhecidos dos estudiosos desse repertório
específico: John Rutter e Eric Whitacre. Nos próximos dias, mostrarei, além dos
dois, mais alguns nomes importantes da composição coral (pouco comentados,
infelizmente, por tratarem desse instrumento injustiçado: o coro).
John Rutter (1945-) é o mais conhecido dos
compositores britânicos de música coral da atualidade. Mesmo se você pensa que
não conhece a música dele, as chances de já ter ouvido ao menos uma de suas peças
sacras – Jesus child, Nativity Carol,
Mary’s Lullaby, Magnificat ou The
Lord bless you and keep you – são grandes, pois são marcos da música coral nas
redes sociais.
Esta peça, para duplo coro a quatro vozes,
foi escrita para os coros da Catedral de Gloucester, Hereford and Worcester, em
1992. Bem diferente de uma linguagem posterior, mais conservadora, adotada por
ele, o início da peça evoca um emaranhado harmônico que pode afugentar alguns
ouvidos adeptos das harmonias convencionais e tonais. Não façam isso!!!
Prossigam na audição e observem a condução, intencionada, por ele a um hino
sacro alemão do século XVII.
Hino ao Criador da Luz
Glória a ti, ó Senhor, glória seja para ti,
Criador da luz visível,
Raio do sol, a chama de fogo;
Criador também da luz invisível e
intelectual:
Aquilo que é conhecido de Deus, a luz
invisível.
Glória a ti, ó Senhor, glória seja para ti,
Criador da Luz.
Para os escritos da lei, glória seja para
ti:
Para os oráculos dos profetas, glória seja
para ti:
Para a melodia de salmos, glória seja para
ti:
Para a sabedoria dos provérbios, glória
seja para ti:
experiência de histórias, glória seja para
ti:
uma luz que nunca se põe.
Deus é o Senhor, quem mostrou-nos luz.
(Lancelot Andrewes, 1555-1626, tradução:
Alexander Whyte.)
Luz, que fazes com que minha alma ilumine;
Sol, que fazes com que toda a minha vida brilhe;
Alegria, o homem mais doce fazes conhecer;
Fonte, de onde todo o meu ser emana.
Do teu banquete, deixe-me medir,
Senhor, quão vasto e profundo é o seu
tesouro;
Através dos presentes que aqui nos dás,
Assim como teus convidados no céu nos
recebas.
(J. Franck, 1618-77, tr. Catherine Winkworth)
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