quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Ser um regente de coro


É trabalhar com a palavra que, muitas vezes, se superpõe a convenções musicais tidas como referenciais.
Nós alteramos a rítmica de compassos, se a métrica assim pedir, pois a música coral está além do tempo de criação da hierarquia de fortes e fracos de compassos.
Nós alteramos as dinâmicas, pois a acústica e o conjunto vocal que temos nas mãos são diferentes sempre, assim como a capacidade que cada grupo tem de transmitir uma mensagem mais, ou menos, expressiva a partir do texto que temos como referência.
Nós mudamos a técnica vocal de acordo com a realidade do repertório de concerto: Bach... Brahms... Renascença... MPB (arranjos)... Missa Afro, de Carlos Alberto Pinto Fonseca... Beatles...
Nós inventamos o conceito de agógica!!! Somos livres no tempo, com o tempo e para o tempo... (desde que o bom gosto, o decoro, sejam mantidos).
Somos tantas coisas que aqui eu ficaria durante muito tempo discursando.
Resumindo: nós somos músicos de “palavras”.


P.S. Não. A melodia nós não alteramos.

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