sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O Madrigale está de volta!!!


Fim de férias e na próxima semana retomaremos os nossos trabalhos. 

Mil novidades para o ano, caras novas, repertório novo e algumas repetições, pois o repertório principal do Madrigal tem que ser mantido.

Esperamos continuar cumprindo com zelo a nossa missão: EMOCIONAR.


E para começarmos com o pé direito o “HelyElas” abrirá nossa temporada. 

Atentem-se e estejam conosco!!!




quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Meninos Cantores da Escolania de Montserrat


Em outubro de 2012 vivi uma situação singular: conheci a Igreja da Escolania de Montserrat (uma escola de meninos cantores), na Catalunha (Espanha). No século IX, pastores que viviam próximos ao Montserrat viram luzes descendo céu por 6 sábados seguidos. Curiosos, subiram até o alto do monte e numa cova encontraram uma imagem de Nossa Senhora, a qual se chamaria Nossa Senhora de Montserrat (padroeira da Catalunha). Construíram uma capela e posteriormente monges beneditinos ergueram um mosteiro no alto do monte. A imagem sumiu durante a invasão árabe, e a atual imagem foi talhada depois. Eles a chamam de La Morenita, porque é negra.


Pois naquele dia 19/10, apresentamos, eu e o Coral BDMG na Igreja atual do mosteiro e uma apresentação em uma igreja como esta vale uma viagem. Belíssima e cheia de um mistério que não se encontra em todo lugar. Mas, há situações onde o passado nos vem à tona, como foi o caso. Foi no século XVII que o coro dos Meninos Cantores de Montserrat foi criado. A escola funciona como internato para crianças selecionadas a dedo, com idade entre 7 e 14 anos. Lá aprendem a arte do canto e são obrigados a saírem tocando dois instrumentos. É um motivo de orgulho para qualquer família da região ter um filho ingresso nos Cantores de La Morenita. Vê-los cantando foi uma maravilha!!!
(Post do dia 06/11/2012)

Esta foto foi tirada quando da minha visita.





quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

E este Madrigal Renascentista começou assim...

E este Madrigal Renascentista começou assim...
Três alunos de música, colegas na Escola Pro-Arte de São Paulo...
Os 3 alunos de Hans Joachin Koellreutter...
O mais velhos e mais experiente na linguagem coral veio passar férias em Belo Horizonte...
O dois mais novos, desta capital, se reuniram com ele para, para não perderem tempo, analisarem algumas partituras da renascença...
O mais novo dos 3 resolve convidar alguns colegas do Conservatório para ajudarem no processo de leitura das partituras. Gente nova, mas com experiência em canto e coral...
O encontro deixa todos eufóricos e eles resolvem montar um coro de férias para degustarem a “nova” música...
O pai deste mais novo, Alberto Pinto Fonseca, resolve convida-los para se apresentarem em uma festa na Sociedade Mineira de Engenheiros...
Ensaios todos os dias... disciplina total... apresentação para 600 pessoas... sucesso!!!
Depois disso, dois caminhos: a dissolução ou a continuidade. Para nossa felicidade optaram pelo segundo. 
Ah!... Os três jovens estudantes: Isaac Karabtchevsky, Carlos Eduardo Prates e Carlos Alberto Pinto Fonseca.

Simples assim...


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

E quem está regendo aquele coro?


Foi muito bom ver que várias pessoas têm na mente os músicos que compuseram o Madrigal Renascentista em sua primeira formação. Poucos sabem que, antes do grande Afrânio Lacerda, o Madrigal foi fundado e regido por Isaac Karabtschevsky. Aliás, saibam que ele começou a carreira de regente à frente de um coro. E que coro!!!

Mas, uma outra figura foi mais importante para o surgimento do conjunto, pois ele conhecia a turma daqui de BH. Além disso, cedeu sua casa para muitos ensaios e seu pai foi o responsável pela primeira apresentação do Madrigal na Sociedade Mineira de Engenheiros, em 02/02/1956. Mas apesar dos cantores da primeira geração dizerem que ele foi o principal responsável pela criação do coral, isto não é citado em nenhuma de suas biografias. De quem eu estou falando?

Vejam as fotos abaixo do Madrigal Renascentista. Numa ele está regendo e na outra está cantando. O nome dele está no final, mas, antes de olharem, façam um esforço para reconhecê-lo.


A mão é inconfundível (para aqueles que o conheceram)

De camisa escura e de óculos




Resposta: Carlos Alberto Pinto Fonseca.
Em algumas ocasiões, enquanto Karabtchevsky estudava na Europa, Carlos Alberto regeu o Madrigal.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Alguém sabe que coro é este?

Que coro é este?
Se você é de Belo Horizonte, observe bem os cantores e verá algumas caras conhecidas.
Se você é do Brasil, preste atenção no maestro, pois ele é muito conhecido também.

Uma pista: se você tivesse nascido na década de 1960 e eu fizesse a seguinte pergunta,
 “qual o melhor coro do Brasil?”, muito provavelmente não erraria.
Arrisquem-se e me digam que CORO é este:


sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Virtual Choir (5) – O que virá?

E assim termino a apresentação do que já foi produzido por Whitacre dentro da ideia do Coro Virtual. A notícia atual é que ele já prepara o próximo para este ano, e que há uma preferência, pelo menos por parte do público, de uma peça bastante conhecida dele: The Seal Lullaby. Vamos esperar para ver o que acontece.

E ontem recebi o e-mail de uma cantora do Madrigale, Ana Valéria, que me provocou sobre um possível comentário a respeito da ideia do Coro Virtual no dia a dia dos coros. Vamos lá: uma coisa é entender o CV como uma ideia maravilhosa, outra é considerar que caminhamos para a virtualidade dos coros.

Isto não existe, até porque a produção do último, Fly to Paradise, custou algumas centenas de milhares de dólares. E lembrem-se que os indivíduos do Coro Virtual são cantores de coro, cada um com seu trabalho em sua cidade, seu país.

Além disso, algo tem que ser entendido no Coro Virtual e que, na minha opinião, não pode se tornar uma praxe: um cantor grava sua voz sobre um midi (que é o que acontece) e envia para a mixagem. Se não fosse assim, não seria possível a montagem. Isto tira do regente a capacidade de transformar, conduzir, reger a música, que é o que é feito quando se apresenta ao vivo. Whitacre sabe disso. Tanto que ele viaja o mundo com o seu conjunto de cantores, e não com o vídeo para ser exposto.

Tenho pavor daqueles cantores que acham ser possível aprender tudo sozinhos e depois irem direto para a apresentação. É o famoso: “não pude ir ao ensaio, maestro, mas estou estudando em casa”. Ora, alguém é dono de uma interpretação e esse alguém, teoricamente, deveria ser o regente. Se não se combina o que fazer num ensaio, olho no olho, discutindo um texto, uma versão de interpretação, etc. como fazer com que uma música exista?

Digamos assim: UMA COISA É UMA COISA. OUTRA COISA É OUTRA COISA!!!


E que tenham todos um bom fim de semana.


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Virtual Choir (4) – Descubra o que é.
E em 2013 foi produzido “Fly to Paradise”, quarto projeto da série Virtual Choir. 5905 cantores, de 101 países, enviaram seus vídeos interpretando suas partes vocais da partitura de Whitacre. E como ele diz na ficha técnica:
“Aproximadamente 24 profissionais e um pequeno exército de voluntários deram o seu máximo para tornar este projeto possível, trabalhando mês após mês para assegurar que cantores de todas as partes do mundo pudessem ter suas vozes ouvidas. E que vozes! Cantores de 6 a 98 anos. Cantores do extremo norte (Troms – Noruega) e do extremo sul (Hororata – Nova Zelândia). Cantores de todas as raças, credos e cores, se unindo por uma razão e uma razão somente: fazer parte de algo maior do que ele próprios.
Eu estou honrado de fazer música com cada um e todos vocês. Juntos nós fizemos algo autêntico, especial e único.”
Com certeza uma composição especial e histórica. E Whitacre já está preparando o Virtual 5. Cantores brasileiros, preparem-se!!!


Fly to paradise
E tudo que ela sempre pensa é estar em qualquer outro lugar além desse,
Porque ela se lembra de ter asas
Mas ela esqueceu que é como sentir um paraíso de bençãos.
E tudo que eu quero fazer é voar, voar,
Apenas voar.
E tudo que ela sempre pensa são lembranças de voar através do céu,
Porque ela se lembra de ter asas
Mas ela esqueceu qual é a sensação de voar.
E tudo que eu quero fazer é voar, voar,
E tudo que eu quero fazer é voar,
Apenas voar!

Fly to Paradise
And all she ever thinks about is being in any other place than this,
'Cause she remembers having wings
But she's forgotten what it's like to feel a paradise of bliss.
And all I want to do is fly, just fly,
Just fly.
And all she ever thinks about is memories of soaring through the sky,
'Cause she remembers having wings
But she's forgotten what it feels like to fly.
And all I want to do is fly, just fly,
And all I want to do is fly,

Just fly!

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Virtual Choir (3) – Descubra o que é.
“Water night” foi produzido em 2012 e reuniu mais de 3000 vídeos, de mais de 70 países. A peça é uma das mais antigas escritas por Whitacre (1995), com texto de Octavio Paz Lozano (poeta, escritor e diplomata mexicano que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1990).

De acordo com o compositor a “música soou no ar” quando ele leu o poema. Levou apenas 45 minutos para escrever toda a peça musical. Ela se tornou uma das mais populares obras de Eric Whitacre, motivo pelo qual foi uma das escolhidas para o projeto.


Agua Noturna – Octavio Paz (1914-1998)
A noite de olhos de cavalo que tremem na noite,
a noite de olhos de água no campo dormido,
está em teus olhos de cavalo que treme,
está em teus olhos de água secreta.

Olhos de água de sombra,
olhos de água de poço,
olhos de água de sonho.

O silêncio e a solidão,
como dois pequenos animais a quem guia a lua,
bebem nesses olhos,
bebem nessa água.

Se abres os olhos,
se abre a noite de portas de musgo,
se abre o reino secreto da água
que emana do centro da noite.

E se os fecha,
um rio, uma corrente doce e silenciosa, 
Te inunda por dentro, avança, te faz obscura:
a noite traz sua umidade para as praias em tua alma.

Water night
Night with the eyes of a horse that trembles in the night,
night with eyes of water in the field asleep
is in your eyes, a horse that trembles,
is in your eyes of secret water.

Eyes of shadow-water,
eyes of well-water,
eyes of dream-water.

Silence and solitude,
two little animals moon-led,
drink in your eyes,
drink in those waters.

If you open your eyes,
night opens, doors of musk,
the secret kingdom of the water opens
flowing from the center of night.


And if you close your eyes,
a river fills you from within,
flows forward, darkens you:
night brings its wetness to beaches in your soul.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Virtual Choir (2) – Descubra o que é.

Após o sucesso da publicação virtual de “Lux aurunque”, em 2010, Eric Whitacre partiu para um novo desafio, aumentando o número de cantores envolvidos. Surgiu, então, “Sleep”, com mais de 1500 cantores de 58 países.

“Sleep” foi escrita em 1999 e tem uma história interessante: o texto original era do poeta Robert Frost, mas Whitacre não pediu aos herdeiros autorização para utilizá-lo, o que lhe rendeu uma disputa que levou anos. Por fim, ele foi formalmente proibido de utilizar o texto até o ano de 2038, quando se tornarão de domínio público. Solicitou, então, no início do milênio, ao seu amigo Charles Anthony Silvestri que fizesse um poema com a mesma estrutura do de Frost, que é a versão atual.

Infelizmente, a versão original, com texto de Robert Frost, já não existe mais, pois Whitacre declarou que nunca mais utilizará o poema, mesmo depois de 2038.


Sono
A noite paira sob a lua
Um fio de prata na duna escurecida
Fechando os olhos e descansando a cabeça
Eu sei que o sono está chegando

Sobre meu travesseiro, salvo na cama,
Mil imagens enchem minha cabeça,
Eu não consigo dormir, meus pensamentos voam,
Embora meus membros pareçam de chumbo.

Se houver ruídos durante a noite,
Uma sombra assustadora, luzes piscando...
Então eu me rendo ao sono,
Onde nuvens de sonho dão uma segunda visão.

Que os sonhos possam vir, escuros e profundos,
De asas e saltos esvoaçantes
Enquanto eu me rendo ao sono,

Enquanto eu me rendo ao sono.

Sleep
The evening hangs beneath the moon
A silver thread on darkened dune
With closing eyes and resting head
I know that sleep is coming soon

Upon my pillow, safe in bed,
A thousand pictures fill my head,
I cannot sleep, my minds aflight,
And yet my limbs seem made of lead

If there are noises in the night,
A frightening shadow, flickering light…
Then I surrender unto sleep,
Where clouds of dream give second sight.

What dreams may come, both dark and deep
Of flying wings and soaring leap
As I surrender unto sleep
As I surrender unto sleep.
Charles Anthony Silvestri, 1965-present


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Virtual Choir. (1) Descubra o que é.


Dedicarei esta semana ao trabalho de coro virtual realizado por Eric Whitacre, compositor americano nascido em 1970. Vou repetir alguns posts, mas, agora, com a intenção de mostrar a sequência das 4 peças realizadas até hoje. E outras virão, com certeza.

1.      Virtual Choir (Lux Aurunque) – Post de 20/02/2013
A moda dos coros virtuais já pegou. Basta acessar o Youtube e assistir a uma grande quantidade de montagens feitas por pessoas de várias idades e nacionalidades. Mas a produção séria começou com Whitacre, que tem sido uma das principais referências na nova música coral. No vídeo abaixo, é possível assistir à obra Lux Aurumque, uma experiência realizada em 2009 e que envolveu 185 vozes de 12 países.

A ideia é brilhante. O compositor envia um vídeo e a partitura aos que se inscreverem. Neste vídeo, com opção de gravação, cada participante registra a sua parte vocal e reenvia ao compositor. É feita então uma mixagem de todos os materiais enviados surgindo, dessa forma, o Coro Virtual. Fantástico!!!


Para quem ainda não assistiu um coro virtual, aqui vai:



Lux aurumque
Lux,
calida gravisque pura velut aurum
et canunt angeli molliter
modo natum.

Luz e Ouro
poema de Edward Esch
Luz
cálida e forte
como puro ouro
e os anjos cantam suavemente
para o bebê recém nascido.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Atenção: vem aí o HelyElas versão 2014!!!



Para aqueles que já assistiram ao nosso espetáculo, feito em conjunto com este músico fantástico que é o Hely Drummond, a boa nova é que ele voltará nos primeiros meses de 2014. Atentem-se!!!


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A Voz – Maria Lúcia Godoy


Sou um fã incondicional desta nossa cantora maior que agora, em 2014, completará 90 anos. Além de ter sido uma solista maravilhosa, foi uma das figuras principais na história do mais importante coro de Minas Gerais: o Madrigal Renascentista.

Tive a felicidade de conhecê-la, em 2013, e rapidamente nos tornamos amigos. Na última segunda-feira, ao visitá-la, fui presenteado com este belo poema que é de autoria dela e mostra um pouco da relação que tem com esta dádiva. Apreciem, sem moderação!

A voz -  Maria Lúcia Godoy

A voz - minha bandeira
Meus alados tesouros
Meu êxtase, minha agonia
Minha arma secreta
Meu cacife no jogo
Minhas conquistas baratas
Meu medo, minha covardia

É a voz que me desafia
Me consome, santifica
Fere as cordas mais tenras
Tange a lira das almas
Afaga os santos no altar

Já nem sou eu, é a voz que me diz
Voz que me ata, me desata, me maltrata
Me lança ao fundo do poço
Me alça ao cimo do monte
Abre as asas sobre mim.

A voz, meus disfarces todos
Minha soberba, minha humildade
O outro lado da face
O mais frágil e aparente
Meu sentimento do mundo

A voz.


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Uma homenagem aos que criam música.

Pois hoje é o dia mundial do COMPOSITOR.
E se é possível dar sequência à polêmica de como se chamar um músico, coitado também deste sujeito que resolveu um dia ser um profissional da arte de criar. Coitado porque, além de ter a obrigação de ser a mãe de um sem número de filhos sem pai, terá que competir na preferência do público com aqueles muitos, do nosso tempo, que se dizem COMPOSITORES.

Como explicar aos leigos (sem caráter ofensivo) que 99% do que se faz hoje já foi desenvolvido por muitos outros autores há 200, 300 anos? Como explicar que a palavra cantada do nosso tempo faz com que músicas simplórias, pobres, inofensivas, vulgares, chulas, sejam tidas como grandes sucessos simplesmente porque o texto É MUITO BOM, mas que não fariam sucesso se fosse publicado (o texto) simplesmente? Claro, as pessoas não querem LER. Também não querem ouvir, pois se não tiverem o vídeo ensinando a coreografia ou mostrando o cantor em um lindo show ao vivo, acústico, o sucesso também não é garantido.

Claro que também não faço apologia aos compositores de escola que insistem em produzir uma NOVA MÚSICA, a qual não nos transmite nada, intocável, com quiálteras mil e mudanças de compassos virtuosísticas, significantes para o ego de um criador que se considera um deus, mas se esquece de que Deus tudo criou à sua imagem. E Deus é belo, pois a criação dele é... (me ajudem aí com os adjetivos).


Mas faço aqui a minha homenagem aos muitos que nos trazem filhos novos sempre. Desde os muitos bons até os não tão bons, pois a essência da criação é o que movimenta o mundo. Que cada um ouça o seu compositor preferido. Eu, de cá, me contento com estes três, mas pensando em mil outros.

Bach

Tom Jobim / Chico Buarque


Chico Buarque

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Cantor ou corista? Maestro ou regente? Como eu devo me chamar? (2)

Continuando...

Descrições de trabalho para as outras coisas
Muitos de nós que conduzimos grupos de canto, e que não nos definimos de uma maneira específica, também ensinamos. O termo óbvio para esse trabalho seria professor de canto, mas esse termo sempre me faz lembrar das senhoras de idade em salas de estar, me mostrando os passos na frente de um enorme de piano que elas, de alguma forma, conseguiam espremer em sua minúscula casa. E o mais importante: implica um trabalho individual, de um para um , ao passo que eu só trabalho com grupos.

O melhor termo (e único) que eu usei até agora (e estou aberto a sugestões) é líder de oficinas de canto (singing workshop leader). 

Mas, e se, como eu, você tem um monte de papéis diferentes no mundo do canto?
Como indivíduo, você poderia ser um cantor (solista), membro do coro (em sua igreja local) , líder de instituição (da sociedade coral da cidade) , vocalista (que grava sua própria música ) e músico (cujo instrumento é a sua voz) . Eu acho que o termo cantor abrange praticamente tudo isso.

 Mas eu sou um arranjador, regente (quando eu tenho um coro) , compositor (de vez em quando) , professor, criador de apresentações e conferencista em oficinas - entre outras coisas. Qual o nome para tudo isso?!

Quando eu trabalhava exclusivamente no teatro, eu costumava me chamar de praticante de teatro para cobrir o fato de que eu criava peças, dirigia, atuava na mesma e ensinava. Mas eu posso me chamar um praticante de canto? Afinal de contas, eu sou um praticante de Voz Natural (mas isso é um pouco prolixo e nem todo mundo sabe o que significa).

Importa o como você é chamado ?
Na verdade, sim .
Torna a vida muito mais fácil quando você conhece novas pessoas ou se apresenta para os patrocinadores. Você começa por explicar que você conduz um coro. E, então, você tem que refinar um pouco. Antes de conhecê-lo, meia-hora se passou até entenderem a essência do que exatamente você faz.

 Eu tentei evitar isso no passado, dizendo: "Eu faço coisas" . Então, as pessoas pensam que você está sendo rude e evasivo. Ou eu dizia: "Eu trabalho com canto" e então a conversa mudava para "Meu tio gosta de karaokê também!".

 E, finalmente, há o seguro . Eu pensei que haver resolvido quando uma empresa perguntou minha profissão e eu disse ‘regente de coro’ (choirmaster). E eles tinham uma categoria para isso! Mas, da vez seguinte, não havia nada lá começando com 'coro' ou 'coral'. Então, eu tive que dizer que eu era um "professor de canto" (o que eu não sou) . "Em que setor você trabalha?". Eles tentaram me colocar como professor de canto particular, mas eu disse que trabalhava, às vezes, em um centro de artes. Então, agora eles me colocaram no segmento "educação". Assim, muitas seguradoras entendem que eu ensino canto em escolas primárias!

 É só comigo?
Alguém mais tem esse problema de se definir com precisão? Eu acho que se você está no mundo do canto tradicional ou do mundo coral, isso é bastante comum. Talvez seja apenas esquisitos como eu, que gostem de habitar os espaços entre as coisas.

(Agora, diz o Arnon: o artigo é precioso para nós, que trabalhamos com coros. Há outros aí, em outras profissões, que também não sabem o que são? Manifestem-se. Abraço e até amanhã. Continuo sendo um DITADOR BENIGNO, apesar de não constar essa profissão em nada que conheço.)

Obs: Chris Rowbury é professor paciente e carismático há 30 anos. Tem um estilo relaxado e repleto de humor. Ele leva as pessoas a cantarem em uma maravilhosa harmonia em uma questão de minutos. Mora no Reino Unido onde conduz coros comunitários e oficinas de canto.
No facebook: https://www.facebook.com/ChrisRowbury

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Cantor ou corista? Maestro ou regente? Como eu devo me chamar?

Este é um post escrito por Chris Rowbury (de quem eu falo no final) que eu achei sensacional. A tradução é livre. Portanto, aqueles que quiserem ler no original, acessem http://www.choirplace.com/blogs/78/603/singer-or-chorister-choirmaster. Como o texto é um pouco longo, dividirei em dois posts. Por isso, leiam o de hoje e não percam a sequência no de amanhã.

Diz ele:
Eu de repente percebi que eu não sei mais como me chamar. Eu costumava me chamar de 'maestro' (que achava que soava elegante ) . Mas, e quando eu não estou conduzindo um coro, como devo me chamar? 
E o que dizer de cantores? Eles são apenas ‘cantores’ ou são coristas ou membros de coro? Vejamos:

Paus e Pedras podem quebrar meus ossos... 
 Então você é um cantor em um coro. Isso faz de você um corista (soa meio fantasioso)? Ou quem sabe você seja apenas um membro do coro?
 Se você não está em um coro e apenas canta por prazer, poderia se chamar de menestrel ou mesmo de trovador.
 E se você se apresenta em público, poderia até ser uma vedete (com tudo o que este termo implica ) ou um crooner. Ou simplesmente um performer ou um artista.
 Se você é cantor de uma banda , você geralmente é chamado de vocalista, que é  o mesmo termo usado, às vezes, para os cantores de apoio (backing singers). E se você não canta fora do seu banheiro, poderia ser um cantor amador ou um rouxinol.
 Eu suponho que, se você leva isso a sério, vai se referir a si mesmo como um músico: "Minha voz é meu instrumento." E se você ajuda os outros a encontrarem suas vozes, você poderia até ser um músico comunitário.

... mas nomes não podem me definir.
Eu peguei o termo ‘maestro’ assistindo a Gareth Malone na TV. Eu procurei em um dicionário, e ele dizia : "Uma pessoa que treina , lidera ou conduz um coral." Soa muito pontual para mim! Mas e os pequenos conjuntos de canto que eu costumo "treinar , liderar e conduzir"?  Eles não são coros. Então, eu não sou um maestro.  
Que tal regente ou diretor musical? Bem, eu fiz mais do que apenas reger e mais do que simplesmente dirigir. 
De boca cheia, acho que eu poderia dizer que eu era o líder de um pequeno conjunto vocal. Mas as pessoas poderiam pensar que eu era a voz principal, como o violinista principal (spalla) em uma orquestra, em vez do professor, regente, diretor e arranjador.
 Se maestro soa demasiado informal, então você pode sempre usar diretor de coro ou regente coral ou, menos formalmente, líder do coro, embora todos sejam pouco elegantes e chiques para o meu gosto e evoquem pensamentos maçantes e empoeirados.
Se se sentir humilde, você poderia ser apenas o facilitador do coro. Se megalomaníaco, escolha chefe ou mestre. Eu, para mim, prefiro ditador benigno.

(Continua...)

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Concerto de Natal no Conservatório (2)

O Conservatório está na Avenida Afonso Pena, a mais importante de BH, em frente ao Palácio das Artes. Para os que não residem em BH, vale a informação de que, a cada domingo, uma feira de artesanato e alimentos que recebe um grande número de pessoas. É claro que nossa principal preocupação era se teríamos uma atenção mínima do público, o que se revelou uma preocupação descabida, pois além da atenção temporária dos transeuntes mais apressados e preocupados com as últimas compras de Natal, tivemos uma plateia particular, atenta e extremamente interessada na nossa apresentação.
Talvez tenhamos chamado a atenção das pessoas no teste rápido de som que fizemos, quando cantamos um trecho curto do Hallelujah, de Haendel. Esta peça é, de fato, um fenômeno. Não há quem não se atente quando os primeiros “aleluias” são cantados. E nesta apresentação, cantamos:

A city called Heaven – Negro spiritual
What a wonderful world - Weiss / Thiele
The Lord's prayer - Albert Malotte
Holy night
The Lord bless you and keep you - John Rutter
Ave Maria - Caccini
Noite Feliz - Franz Gruber
Hallelujah - G. F. Haendel

Um ponto a ser destacado, além da excelente fase atual do Madrigale, foi a atuação das duas solistas dos programas de natal: Patrícia Cardoso Chaves e Clara Guzella. A primeira com sua possante aveludada voz, cantando a Ave Maria, de Caccini; e a segunda com suas intensas interpretações de negro spirituals, além de cantar e reger o público no Noite Feliz.

E cumprimos bem o nosso papel em 2013!!! Sigamos, emocionando...

Negro Spiritual "A city called Heaven"

Clara Guzella

Contraltos


O Holy Night

Gustavo Fonseca e Clara Guzella


Baixos

O público - A feira

Patrícia Cardoso Chaves


Clara Guzella regendo o público em "Noite Feliz"

Hallelujah - a última peça cantada em 2013. EMOCIONAR... a missão do CORO MADRIGALE.
QUE VENHA 2014.