sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Virtual Choir (5) – O que virá?

E assim termino a apresentação do que já foi produzido por Whitacre dentro da ideia do Coro Virtual. A notícia atual é que ele já prepara o próximo para este ano, e que há uma preferência, pelo menos por parte do público, de uma peça bastante conhecida dele: The Seal Lullaby. Vamos esperar para ver o que acontece.

E ontem recebi o e-mail de uma cantora do Madrigale, Ana Valéria, que me provocou sobre um possível comentário a respeito da ideia do Coro Virtual no dia a dia dos coros. Vamos lá: uma coisa é entender o CV como uma ideia maravilhosa, outra é considerar que caminhamos para a virtualidade dos coros.

Isto não existe, até porque a produção do último, Fly to Paradise, custou algumas centenas de milhares de dólares. E lembrem-se que os indivíduos do Coro Virtual são cantores de coro, cada um com seu trabalho em sua cidade, seu país.

Além disso, algo tem que ser entendido no Coro Virtual e que, na minha opinião, não pode se tornar uma praxe: um cantor grava sua voz sobre um midi (que é o que acontece) e envia para a mixagem. Se não fosse assim, não seria possível a montagem. Isto tira do regente a capacidade de transformar, conduzir, reger a música, que é o que é feito quando se apresenta ao vivo. Whitacre sabe disso. Tanto que ele viaja o mundo com o seu conjunto de cantores, e não com o vídeo para ser exposto.

Tenho pavor daqueles cantores que acham ser possível aprender tudo sozinhos e depois irem direto para a apresentação. É o famoso: “não pude ir ao ensaio, maestro, mas estou estudando em casa”. Ora, alguém é dono de uma interpretação e esse alguém, teoricamente, deveria ser o regente. Se não se combina o que fazer num ensaio, olho no olho, discutindo um texto, uma versão de interpretação, etc. como fazer com que uma música exista?

Digamos assim: UMA COISA É UMA COISA. OUTRA COISA É OUTRA COISA!!!


E que tenham todos um bom fim de semana.


2 comentários:

  1. Apesar de admirar o resultado de um CV, algumas questões me incomodaram, como por exemplo... em um coral, onde as pessoas estão presentes, existe apenas vozes, ou seres humanos singulares, que relacionam-se entre si e com a arte? Quais são as motivações que impulsionam regente e coralistas a dedicarem parte do tempo, diário, semanal, mensal, anual, ou de toda um vida, à arte de cantar em grupo?

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  2. Esta é a questão, Cecília. Acho que o CV deixou de ter a sua "exuberância" já na terceira edição, pois a "pessoalidade" do próprio compositor se perdeu ali. O belo exemplo de criação deu lugar ao projeto a ser ampliado, engrandecido. Observe que até mesmo a ideia de uma nova montagem para 2015 obedece à "essência" dos projetos que devem dar certo, ou seja, a opinião do público será preponderante para a escolha da peça a ser cantada.
    Continuo admirando, mas nada substitui o real.

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