quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Missa em si menor (Quoniam e Cum sancto)


A última formação solística (só Vós sois o Santo) desta primeira parte da Missa não é, de forma alguma, usual, pois uma combinação de baixo solista com trompa era pouquíssimo usada. Ainda assim o efeito é exuberante e elegante, antecedendo o brilhante Cum sancto spiritu (com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai. Amém). A exemplo das paixões, em Bach as partes complexas, as partes do leão, são entregues ao coro, e nesta última peça é possível observar o domínio da escrita polifônica do mestre alemão. Uma fuga a 5 vozes, com dificuldade enorme para o coro, na qual utiliza todos os instrumentos do conjunto (com exceção da trompa, o que é curioso).

O Coro Madrigale está pronto para a apresentação de amanhã. Para aqueles que são de Belo Horizonte, fica aqui o nosso convite para o concerto. Para os que não são, ainda dá tempo de embarcarem e aqui chegarem. Até amanhã!!!   


terça-feira, 27 de novembro de 2012

Missa em si menor (Qui sedes)


A missa foi finalizada por volta de 1748, quando Bach adicionou um Sanctus, que ele tinha composto anteriormente como uma obra separada em 1742. Bach também acrescentou os movimento contendo o Osanna e o Agnus Dei, todos refeitos a partir de peças já existentes, principalmente retirados de suas cantatas sacras escritas anteriormente. Na verdade, dos 2300 compassos da missa, 638 são emprestados de obras precedentes.
O Qui sedes (Vós que estais sentado à direita) é uma peça escrita para oboé d’amore e solista contralto, com acompanhamento de cordas. Apesar de uma peça vocal, com a predominância do texto sobre a música pura, Bach se esmera tanto na linha do oboé que aqui temos a sensação contrário, ou seja, de ouvirmos uma peça escrita para oboé com acompanhamento de um solista cantor.




segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Missa em si menor (Domine Deus)


Durante o período entre 1737-1742, Bach estava preocupado em estudar composições latinas polifônicas litúrgicas, especialmente a tradição do estilo antigo do contraponto estrito. Este estudo extensivo pode ser um sinal de seu plano de completar a Missa em si menor. No final da década de 30, Bach compôs duas pequenas missas, uma em lá maior e outra em sol maior. Entre 1742 e 1745, Bach compôs a segunda seção da Grande Missa, o Symbolum Nycenum que contêm o Credo.

O Dominum Deus (Senhor Deus, Cordeiro de Deus) e o Qui tollis (Vós que tirais o pecado do mundo) constituem, na essência, uma única peça com duas formações. A primeira é um solo de flauta e dois solistas (soprano e tenor) e a segunda é o coro a 4 vozes com duas flautas e cordas. Diferentes no caráter, já que uma nomeia o Senhor como Cordeiro de Deus, filho de Deus Pai, e a segunda pede perdão pelos pecados de todos. As tonalidades são sugestivas: sol maior na primeira (alegre comedido) e si menor na segunda (melancólico).

7. Domine Deus
8. Qui tollis


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Missa em si menor (Laudamus te)


Em 1733, Bach era diretor musical em Leipzig. Naquele ano, o Eleitor Friedrich August I da Saxônia, que é uma região da Alemanha que inclui Leipzig, morreu. O novo eleitor, Friedrich August II iria tomar seu lugar em Dresden. Aproveitando esta oportunidade para obter os favores da nova corte e esperando garantir o título de compositor da corte, Bach presenteou o novo eleitor, que era católico, com uma nova composição, uma partitura da Missa, contendo um Kyrie e Gloria. Esta missa foi executada em 1733 em Dresden; entretanto, não se sabe se ela foi executada em Leipzig na mesma época. Em 1736, Bach finalmente garantiu o título de “Hofkomponist” (compositor da corte) da corte de Dresden. Bach iria usar mais tarde esta Missa com a primeira seção de sua Missa em si menor.

A partir do Laudamus te (parte do Gloria) Bach pensa em alguma seções com instrumento solista e voz. Neste caso, a combinação é entre violino e voz de soprano. A tonalidade escolhida, lá maior, é para Bach a tradução de uma emoção que não pode ser relacionada a um divertimento, algo próprio para a parte do texto do Gloria que quer dizer: Nós vos louvamos, adoramos, glorificamos e bendizemos.

No vídeo que encontrei uma boa oportunidade para ouvirem Gundula Janowitz, uma das maiores cantores austríacas do século XX, preferida por Karl Richter e Herbert von Karajan. Um pouco fora da maneira atual de se cantar Bach, mas uma preciosidade.

5. Laudamus


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Missa em si menor (Gloria / Et in terra pax)

A meio caminho entre a devoção católica e a luterana, a obra vai além da utilidade puramente litúrgica: constitui-se em um grandioso epitáfio e em uma mensagem musical lançada ao futuro, no modo em que Bach considerou mais universal, atemporal e duradouro. Estrutura-se em quatro grandes seções, compostas em três períodos criativos diferentes: a primeira seção compreende o Kyrie e o Gloria (1733);  a segunda, o Credo (1747-1749); a terceira, o Sanctus (1724); a quarta, o Osanna, o Benedictus, o Agnus Dei e o Dona nobis pacem (1747-1749). As quatro seções contêm 24 números diferentes que, devido às suas diversas origens, empregam diferentes solistas, coros e grupos instrumentais.

O Gloria (Gloria a Deus nas alturas) e o Et in terra (e paz na terra aos homens de boa vontade constituem uma única peça. Diferentes em caráter, são independentes enquanto processo de composição, temática e andamento, porém isto é comum na composição de missas, ou seja, muda-se constantemente o caráter da parte musical em função da mudança de temperamento proposto pelo texto. Daí a grande quantidade de missas escritas em vários momentos da história da música, sempre variando segundo o estilo, o que propicia, inclusive, a abordagem do gênero por compositores que não tinham qualquer relação com a religião católica, mãe do texto em questão (conforme é o caso de Bach, bem como o de Beethoven, para dar apenas dois exemplos). O elemento integrador destas duas partes, sem dúvida, é a manutenção da formação orquestral: flautas, oboés, fagotes, trompetes, tímpanos, cordas e coro a 5 vozes.

4. Gloria / Et in terra pax

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Missa em si menor (Kyrie 2)


Na partitura da Missa, Bach integrou todas as correntes compositivas historicamente conhecidas, desde a mais estrita polifonia renascentista até os mais modernos estilos galantes. Apesar de sua extensão (cerca de 2 horas são necessárias para executar todas as partes, e por isto dividimos sua execução em dois concertos) e da incrível variedade de fontes e estilos que sintetiza, a Missa em Si menor é um prodígio de unidade estrutural e oculta sob a superfície um imenso trabalho de adaptação e recriação musicais.

O Kyrie 2 é muito mais curto do  que o primeiro, mas não menos intenso e complexo sob o ponto de vista da sua composição. Como não poderia deixar de ser, uma fuga é a forma escolhida por Bach para fechar a primeira seção, mas nesta peça o coro é tratado a 4 vozes e os instrumentos (flautas, oboés, fagotes e cordas) dobram as vozes, num recurso muito utilizado pelos compositores luteranos alemães quando da execução de hinos religiosos. Isto amplifica o coro, gerando uma riqueza timbrística característica muito utilizada, sobretudo nas Paixões em Bach.

3. Kyrie eleison (no vídeo o Coro de São Tomás, em 2000)


terça-feira, 20 de novembro de 2012

Coro Madrigale encerra Série Grandes Concertos

Coro Madrigale encerra Série Grandes Concertos

Missa em si menor (Christe eleison)


A Missa foi escrita no intervalo entre 1724 até quase o final de sua vida. Longe de ser uma peça escrita para o culto da Igreja Católica, Bach procura demonstrar toda sua capacidade em escrever para diversas formações orquestrais e camerísticas, tendo como referência um texto sacro. É uma de suas obras mais complexas, na qual estão contidos não apenas o saber acumulado por ele ao longo de décadas de dedicação à música, mas as marcas da cultura e do pensamento de um época que agonizava. Bach plasmou nesta composição todos os seus conhecimentos e foi selecionando ao longo de 25 anos os melhores momentos de sua carreira para legá-los à posteridade.

No vídeo que postei, no dia de ontem, o coro canta um longo Kyrie eleison (Senhor, tende piedade de nós), o qual é uma grande fuga (processo composicional onde um tema é apresentado e reproduzido ao longo da peça por todas as vozes, como se estivesse “fugindo” de uma para outra). A formação concertante é composta de flautas, oboés, fagotes, cordas coro a 5 vozes e continuo (cordas graves, órgão e/ou cravo).

No vídeo de hoje um duo solista canta em conjunto com violinos e continuo. O texto é Christe eleison (Cristo, tende piedade de nós).

2. Christe eleison

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Próxima apresentação (Missa em Si menor)


No próximo dia 29/11, quinta-feira, às 20:00h, o Coro Madrigale apresentará, no Conservatório da UFMG, a Missa em Si menor (Kyrie e Gloria), de Johann Sebastian Bach.

Nossa primeira experiência com esta preciosa obra foi no ano de 2000. Naquele ano homenageava-se Bach pelos 250 anos de sua morte, e ousamos preparar, ao longo do ano, sua missa maior. A experiência foi repetida em 2001.

Até o dia do concerto falarei sobre esta obra, escolhendo alguns vídeos de referência. Apresentaremos apenas o Kyrie e Gloria para que possamos também explicá-la ao público que nos assistirá. O restante será apresentado no primeiro semestre do próximo ano e, no segundo semestre, apresentaremos a peça completa comemorando os 20 anos do Madrigale.

1. Kyrie eleison


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Missa Afro em São João de Rei (2006)





A convite da Escola de Música da UFSJ, cantamos no Teatro Municipal daquela cidade, em 14 de novembro de 2006 (justos 6 anos). Naquela ocasião, apresentamos a Missa Afro, num dia em que tudo conspirou a favor: uma excelente acústica, um público receptivo e o coro completo. 


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Romancero Gitano (Festival de Violões - 2006)



No dia 25 de outubro de 2006, cantamos no Festival de Violões de BH, tendo como solista o prof. Fernando Araújo. O registro desta apresentação foi feito pela Redeminas, numa apresentação direcionada a uma grande plateia de violonistas do Brasil inteiro.

1. Baladilla de los tres rios

2. La guitarra

3. Puñal

4. Procession

5. Memento

6. Baile

7. Crotalos



segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Missa Afro em Itajubá (2006)


Em 16 de setembro de 2006, o Madrigale cantou em Itajubá (MG). Esta cidade é referencial graças ao intenso movimento coral promovido por alguns regentes de lá. Era o início ainda da turnê Missa Afro e o grupo aproveitava muito bem este tempo de convivência obrigatória para estreitar os laços de amizade e aprimorar a condição técnica do coro, utilizando as dificuldades técnicas da obra para isto.
Como é possível observar, nas expressões, nossa viagem e apresentação foram muito boas.




quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Romancero Gitano no Conservatório (2006)


Retornando com a sessão de fotos antigas do Madrigale, lembro aqui uma bela apresentação do Romancero Gitano, de Tedesco, realizada no dia 11 de agosto de 2006, no Conservatório Mineiro de Música.


Algumas cantoras: Patrícia Chaves, Maria Célia Silveira, Kátia Malloy, Clara Guzella, Maria Cecília, Indaiara Patrocínio, Alice Árabe, Marília Nunes. (Celso Farias - violonista)
Acima a bela imagem de Tiradentes na tela de Parreiras.

Alguns dos rapazes: Daniel Enache, Tiago Colombini, Gásparo Boschi, Gustavo Fonseca, Leonardo Mendonza, André Fadul, Leandro Braga, Joubert Oliveira

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Repertório Colonial Mineiro


Gostaria de chamar a atenção para uma matéria publicada por Sérgio Rodrigues Reis, na qual fala sobre música colonial, repertório, resgate; citando Mauro Chantal e o Coro Madrigale. Apesar de algumas informações serem equivocadas a matéria chega em muito boa hora. Parabéns!!!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Meninos Cantores da Escolania de Montserrat (Catalunha)


No dia 19/10 vivi uma situação singular: conheci a Igreja da Escolania de Montserrat. No século IX, pastores que viviam próximos ao Montserrat, na Catalunha (Espanha), viram luzes descendo céu por 6 sábados seguidos. Curiosos, subiram até o alto do monte e numa cova encontraram uma imagem de Nossa Senhora, a qual se chamaria Nossa Senhora de Montserrat (padroeira da Catalunha). Construíram uma capela e posteriormente monges beneditinos ergueram um mosteiro no alto do monte. A imagem sumiu durante a invasão árabe, e a atual imagem foi talhada depois. Eles a chamam de La Morenita, porque é negra.

Pois naquele dia 19, apresentamos, eu e o Coral BDMG na Igreja atual do mosteiro. Uma apresentação em uma igreja como esta vale uma viagem. Belíssima e cheia de um mistério que não se encontra em todo lugar. Mas, há situações onde o passado nos vem à tona, como foi o caso. Foi no século XVII que o coro dos Meninos Cantores de Montserrat foi criado. A escola funciona como internato para crianças selecionadas a dedo, com idade entre 7 e 14 anos. Lá aprendem a arte do canto e são obrigados a saírem tocando dois instrumentos. É um motivo de orgulho para qualquer família da região ter um filho ingresso nos Cantores de La Morenita. Vê-los cantando foi uma maravilha!!!


Observem a beleza do Mosteiro de Montserrat neste videoclipe:


domingo, 4 de novembro de 2012

Missa da Coroação no youtube


Cantamos a Missa da Coroação na Catedral da Boa Viagem, em agosto deste ano. Infelizmente não gravamos aquela apresentação, já que tivemos um mês de inúmeros concertos e não nos atentamos para este pormenor. Qual não foi minha surpresa, ontem, quando o Mauro Chantal, solista baixo naquela ocasião, disse ter visto uma postagem no youtube. Procurei e eis que encontrei, postada pelo nosso amigo Raimundo, cuidador mor lá da Catedral. A ele agradecemos este registro. Aproveitem!!!
Coro Madrigale
Orquestra de Amigos do Madrigale
Solistas: Indaiara Patrocínio, Patrícia Cardoso Chaves, Wagner Moreira, Mauro Chantal.