quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Missa em si menor (Gloria / Et in terra pax)

A meio caminho entre a devoção católica e a luterana, a obra vai além da utilidade puramente litúrgica: constitui-se em um grandioso epitáfio e em uma mensagem musical lançada ao futuro, no modo em que Bach considerou mais universal, atemporal e duradouro. Estrutura-se em quatro grandes seções, compostas em três períodos criativos diferentes: a primeira seção compreende o Kyrie e o Gloria (1733);  a segunda, o Credo (1747-1749); a terceira, o Sanctus (1724); a quarta, o Osanna, o Benedictus, o Agnus Dei e o Dona nobis pacem (1747-1749). As quatro seções contêm 24 números diferentes que, devido às suas diversas origens, empregam diferentes solistas, coros e grupos instrumentais.

O Gloria (Gloria a Deus nas alturas) e o Et in terra (e paz na terra aos homens de boa vontade constituem uma única peça. Diferentes em caráter, são independentes enquanto processo de composição, temática e andamento, porém isto é comum na composição de missas, ou seja, muda-se constantemente o caráter da parte musical em função da mudança de temperamento proposto pelo texto. Daí a grande quantidade de missas escritas em vários momentos da história da música, sempre variando segundo o estilo, o que propicia, inclusive, a abordagem do gênero por compositores que não tinham qualquer relação com a religião católica, mãe do texto em questão (conforme é o caso de Bach, bem como o de Beethoven, para dar apenas dois exemplos). O elemento integrador destas duas partes, sem dúvida, é a manutenção da formação orquestral: flautas, oboés, fagotes, trompetes, tímpanos, cordas e coro a 5 vozes.

4. Gloria / Et in terra pax

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