sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Ainda Morten Lauridsen (Dirait-on)


Como as peças deste compositor fizeram sucesso aqui no blog ao longo desta semana, repasso esta outra linda canção enviada como sugestão pelo coleguinha Daniel Rezende. Um bom fim de semana a todos!!!


Dirait-on

Abandon entouré d'abandon,
tendresse touchant aux tandresses...
C'est ton intérieur qui sans cesse
se caresse, dirat-on;

se caresse en soi-meme,
par son propre reflet éclairé.
Ainsi tu inventes le théme
du Narcisse exaucé.

Se diria

Abandono, rodeado de abandono,
ternura tocante às ternuras ...
é teu interior que, se diria
sem cessar se acaricia;

se acaricia a si mesmo,
por seu próprio reflexo iluminado.
Assim inventas o tema
de Narciso satisfeito. 

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Morten Lauridsen (compositor de “Sure on this shining night”)


Morten Johannes Lauridsen, nasceu em 27/02/1943 e é um compositor americano, de descendência dinamarquesa. Foi compositor residente do Los Angeles Master Chorale, de 1994 a 2001, e tem sido professor de composição na Universidade do Sul da Califórnia (Thornton School of Music) por mais de 40 anos.

Extremamente dedicado à musica coral, tem várias de suas obras cantadas por coros de todo o mundo. Umas das mais célebres é o “O Magnum Mysterium”, aqui muito bem executado pelo Nordic Chamber Choir:


terça-feira, 27 de agosto de 2013

University of Montevallo Chamber Singers

O Coro Cantores de Câmara da Universidade de Montevalo consiste de 20 a 24 cantores selecionados, representando uma seção das disciplinas acadêmicas da universidade. Apresentações recentes incluem:

- 2009 – Associação de Educadores de Música do Alabama (EUA);
- 2010 – Conferência Estadual da Associação de Regentes Corais Americanos – departamento do Alabama.


No vídeo, o coro canta a Ave Maria, de Howard Helvey. Interessante assistir também para apreciar o departamento de música desta universidade!!!


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Sure on this shining night (Morten Lauridsen)

Uma bela peça de Morten Laurisen, aqui executada pelo University of Montevallo Chamber Singers, regido pelo maestro Gary Packwood. Sobre eles eu falarei nos próximos posts:



Sure on this shining night
Of star-made shadows round
Kindness must watch for me
This side the ground

The late year lies down the north,
All is healed, all is health
High summer holds the earth,
Hearts all whole

Sure on this shining night
I weep for wonder
Wandr’ing far alone
Of shadows on the stars.

James Agee (1909-1955) - “Descrição do Elísio”, de Permit Me Voyage, stanzas 6-8, 1934.

Tradução:

Certeza absoluta nesta noite brilhante
com algumas sombras ao redor das estrelas
é que ela indulgente lembre-se de mim
encravado neste lado de chão

O último ano já migrou para o Norte
e tudo se curou e ficou saudável
o Verão alto mantém a terra
e bem íntegros os corações

Com certeza nesta noite brilhante,
admirado, eu choro 
ao vagar solitário
e bem distante das sombras das estrelas.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Oito cantores do Madrigale aprovados no Concurso do Palácio das Artes


De acordo com o resultado divulgado ontem pela Fundação Clóvis Salgado, oito cantores do (e que passaram pelo) Madrigale foram aprovados, o que muito nos alegra e incentiva. Parabéns, meninos!!! Sucesso sempre.

Carolina Rennó


Cátia Néris 


Clara Maria Guzella Aflalo


Clarisse Girotto


Evandro Rodrigo Silva


Igor Antonio Pinto Coelho Fonseca


Jennifer Imanishi


Leandro Lúcio da Costa Braga



terça-feira, 20 de agosto de 2013

Expresss A'Cappella (um grupo russo)

Expresss A'Cappella é um grupo profissional da Rússia, composto por seis membros: Narine Jinanyan (soprano), Max Kostra (tenor), Katya Nadareishvily (soprano), Anton Kasatkin (barítono), Etery Beriashvily (contralto) e Andrey Tunik (baixo).

O conjunto foi fundado em março de 2002. Em 17 agosto de 2002 eles se apresentaram pela primeira vez no Nostalgie Arte-clube em Moscou. No ano seguinte, o grupo gravou seu primeiro álbum, Magic Moments. Em 2006, eles assinaram um contrato com a Universal Music.


Uma grande parte das músicas que eles executam são sucessos internacionais e russos bem conhecidos, canções populares, e sua própria interpretação da música clássica. No entanto, eles também compõem e cantam suas próprias canções.


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Reflexões 2

Ainda sobre regência, e especificamente sobre regência coral, gostaria de chamar a atenção dos que pretendem se direcionar para este segmento, da importância da regência do canto gregoriano. Nesta, não existem as mesmas regras da regência orquestra, muito menos a precisão do gesto, mas é ela que nos ensina a observarmos a fluência e circularidade da palavra.
Enganam-se aqueles que pensam que o gregoriano não tem ritmo, que é livre para se executar como quiserem. Pelo contrário, é completamente direcionado pela alternância de ritmos binários e ternários, perfeitamente transcritos na bela linguagem da notação neumática, e, controlado e direcionado pelas palavras e frases.
Para quem é de ouvir, ouçam a bela melodia. Para quem é de reger, pensem em como regeriam a mesma.


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Reflexões

Este post vai para os muitos jovens regentes (baseado num bate-papo com um jovem colega-amigo-desanimado-impaciente, em outros tempos), repetindo sempre: não desanimem, estudem e, acima de tudo tenham paciência, paciência, paciência...

Há exatos 30 anos eu entrei à frente de um coro, para reger. Exatamente da mesma maneira que muitos outros o fazem aqui no Brasil, ou seja, sem conhecimento de técnicas de condução, incentivado por um regente mais velho que, romanticamente, acreditava que eu tinha talento e que, por isto, deveria começar desde cedo a dirigir, a conduzir. Ao longo destes vários anos muitos cursos foram feitos, centenas de concertos foram realizados, milhares de ensaios foram conduzidos, construindo e desconstruindo a arte do gesto.


A técnica da regência é incerta: a regência orquestral pede uma coisa, a coral outra, tenta-se misturar as duas e nem sempre dá certo; alguns maestros pregam a independência do gesto em função da circularidade das frases, outros acreditam que a prevalência da manutenção do pulso é mais importante; Magnani acreditava que a condução da frase era essencial; Carlos Alberto Pinto Fonseca afirmava o ritmo na virilidade da sua condução, etc. Há como misturar as lógicas? Sim. Vale a pena? Nem sempre. Uma conclusão? É uma arte que demanda estudo e pesquisa do que se faz, tal qual é a arte do teatro de bonecos japonês (Bunraku), que demanda quase a vida inteira para permitir aos artistas movimentarem os bonecos integralmente. Outra conclusão? Não se rege coro como se rege orquestra. Ainda outra? Falta muito para aprender a reger como meus velhos mestres. Boa semana a todos.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Life is a circle (Ivo Antognini)

Nascido em Locarno (Suiça), em 1963, Ivo Antognini formou-se em piano em 1985. A composição sempre foi de grande interesse para ele desde a infância, à qual ele sempre se dedicou como um compositor autodidata. Um informal, mas muito importante, encontro com o Coro Calicantus e seu regente, Mario Fontana, levaram-no a descobrir o campo da música coral em 2006. Imediatamente ele se tornou compositor residente deste esplendido coro infantil. Foi convidado para ser compositor visitante da Schola Cantorum de Hudson na temporada 2011-2012.

Apreciem esta sua composição, executada pelo Salt Lake Vocal Artists:


A vida é um círculo
Black Elk – Oglala Sioux  (1863-1950)
Tudo o que o poder do mundo faz,
é feito em um círculo.
O céu é redondo
e eu ouvi que a Terra
é redonda como uma bola,
e assim são todas as estrelas.
O vento em seu maior poder rodopia.
Os pássaros fazem seus ninhos em círculos;
pois sua religião é a mesma que a nossa.
O sol vem e
se põe de novo em um círculo.
A lua faz o mesmo
e ambos são redondos.
Mesmo as estações formam um grande círculo
em suas mudanças
e sempre voltam
para onde eles estavam.
A vida de um homem é um círculo,
Da infância para a infância
e assim é com tudo
onde se move o poder.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Cert’nly Lawd – Moses Hogan (novo vídeo do Madrigale postado no youtube)

Esta gravação foi feita no dia 24/04/2013, quando realizamos o concerto Negro Spirituals, no Conservatório da UFMG (BH). A solista é Patrícia Cardoso Chaves, e o percussionista é o grande Werner Silveira.

Moses Hogan (1957-2003), era pianista, regente e compositor, e é muito conhecido pelos suas composições e arranjos de música coral, sobretudo de spirituals. Suas obras são executadas por coros amadores e profissionais por todo o mundo, já que sua obra aplicou os recursos musicais contemporâneos aos Negro Spirituals.



Tradução livre:
Você tem uma boa religião?
Oh, certamente Senhor.
Você não pode sentir o espírito movendo?
Você não está cansado?
Há um dia melhor vindo.
Você é convertido?
Você ama todo o mundo?
Sim, certamente Senhor.
Eu tenho religião e eu sou convertido.
Eu amo todo o mundo Senhor.
Certamente, Senhor.
Você foi à água?
Sim, certamente Senhor.
Você foi batizado?
Sim, certamente Senhor.
Você sente o espírito?
Oh, sim. Eu sinto o espírito movendo porque eu me converti e eu sei que eu tenho uma religião.
Sim, eu sinto um grito vindo porque eu realmente sinto o espírito movendo.

Certamente, certamente Senhor.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Cloudburst (Whitacre)

Eric Whitacre
Divulgando obras corais:
Cloudburst (aguaceiro) é uma das mais famosas composições de Eric Whitacre, escrita em 1992, quando o compositor tinha 22 anos. É escrita para coro a oito vozes, acompanhado de piano e percussão. O texto é do poema El Cántaro Roto, de Octavio Paz, adaptado por Whitacre.

A peça foi escrita para a maestrina Jocelyn Jensen e durava aproximadamente 10 minutos em sua versão original, mas foi encurtada para sua versão definitiva, a qual foi publicada em 1995. Uma versão para banda sinfônica foi feita pelo compositor em 2001. Apreciem!!!


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Sacro X Profano

Considerações do maestro, pensando na programação do segundo semestre:

Há bem pouco tempo atrás, os corais tinham por hábito montar seus concertos em duas partes: uma com músicas sacras, e outra com músicas profanas (posteriormente, chamávamos a segunda parte de “populares”). Hoje, os concertos são mais ecléticos, sendo que os gêneros não mais são diferenciados. Canta-se música coral, e pronto.

Eu próprio fui um dos que considerava importante uma miscigenação dos gêneros, por entender que sua separação mais prejuízos do que benefícios trazia. No entanto, o tempo passa e a distância dos elementos exclusivamente sacros começam a fazer falta na completa maneira de pensar o interpretar a música. Há uma discussão constante do que é o “mistério” quando se canta música sacra, que não é possível pensar em outros gêneros. Termos como “amor”, “prazer”, “gozo”, “êxtase”, “paixão”, “sofrimento”, “desespero”, etc. têm significado único e diferente neste contexto, e é justamente na diferenciação da música coral da instrumental que a palavra tem a sua importância máxima. O termo para isto é verbalização. Para quem canta, o texto de São João é altamente significativo: No princípio era o Verbo, e o Verbo se fez... cantando.


No nosso tempo, exprimir-se em termos sacros não é bem visto quando se canta em teatro. Música sacra se faz na igreja, e ponto. Desconsideremos. Música sacra se canta em qualquer lugar, porque ela é única enquanto sacra, porque ela evoca em nós sensações e sentimentos os quais não são “palpáveis”, nem “visíveis” na música popular (profana). São universos diferentes. Faz parte do “MISTÉRIO”. Amém.