terça-feira, 19 de março de 2013

Hostílio Soares e as 7 Palavras (1)


Falando sobre Hostílio Soares, nosso amigo e tema do próximo concerto:
Nasceu em novembro de 1898, na cidade de Visconde do Rio Branco, Minas Gerais. Era filho do Sr. Theodolindo José Soares, mestre de banda daquela cidade, de quem teve suas primeiras lições musicais.
Depois da morte de seu pai, em 1918, fundou e dirigiu a primeira orquestra de cinema em sua terra natal, transferindo-se mais tarde para a cidade de Campos (RJ) onde integrou a Orquestra do Cinema Orion, durante quase dois anos, como 2º violino. Foi contratado para organizar e dirigir a orquestra de cinema do antigo teatro Melpômene, em Vitória, Espírito Santo.

Deslocou-se para o Rio de Janeiro em março de 1923, onde estudou no antigo Instituto Nacional de Música, atual Escola de Música da UFRJ, tendo como professores Paulo Silva (Harmonia, Contraponto e Fuga) e Francisco Braga, (Composição e Instrumentação). Terminou o curso em 1928.

Fundou e dirigiu, durante 6 anos e meio, em Visconde do Rio Branco, a Escola de Música Francisco Braga e o Côro Santa Cecília, da Matriz de São João Batista. Mudou-se para Belo Horizonte em 1931, onde passou o resto de sua vida. Foi um dos regentes da antiga Sociedade de Concertos Sinfônicos de Belo Horizonte, fazendo sua estréia como compositor em Dezembro de 1932, à frente da referida orquestra, no Teatro Municipal desta cidade, atual Teatro Francisco Nunes.

Em 1936 conquistou o primeiro prêmio no concurso de Suítes Brasileiras, instituído pelo Departamento de Cultura, de São Paulo, com a peça Suíte Brasileira para banda e coro misto facultativo.

Foi catedrático de Contraponto e Fuga do Conservatório Mineiro de Música de Belo Horizonte, e professor designado para as cadeiras de Harmonia Elementar e Superior, Composição e Instrumentação durante 34 anos.
Entre suas obras se destacam: a Sinfonia 'Annie Besant', para grande orquestra; a ópera em 4 atos 'A vida' (Poema e Música"); as 'Sete Palavras' (Texto latino e português", para a Sexta-feira da Paixão); e de toda a música para o Sábado Santo da liturgia católica restaurada.

Conquistou, em 1951, o primeiro prêmio no concurso entre compositores residentes em Minas Gerais, instituído oficialmente pelo Governo de Minas Gerais, com sua Sinfonia 'Krishnamurti', para orquestra de cordas; em 1961, com a sua Sinfonia Descritiva 'Brasília'; em 1962, com a Missa Solene 'São João Batista', para coro misto a 6 vozes, solos, órgão e orquestra de cordas; em 1963, com o Álbum de Canto e Piano (5 peças em vernáculo); e em 1964, com a ópera de câmara 'História do Asceta e a Dançarina', em 1 ato. Dirigiu a estréia mundial da ópera 'O sertão', do Maestro Fernand Jouteux, em Belo Horizonte, no dia 29 de novembro de 1954.

A partir da década de 70, retirou-se do cenário musical belo horizontino, dedicando-se à restauração e revisão de suas obras. Faleceu em 1988, aos 90 anos, em sua cidade natal.

Hostílio Soares, ao centro, com alunos da Escola Francisco Braga, em Visconde do Rio Branco (circa 1930)

Nenhum comentário:

Postar um comentário