terça-feira, 4 de junho de 2013

Uma Rosa que foi para o céu

Quis o destino que eu tivesse o contato com a primeira turma do Madrigal Renascentista. Senhoras maravilhosas, as quais eu aprendi a chamar de “meninas”, pois assim elas carinhosamente se chamam. Ainda são muitas, apesar das várias primaveras que cada uma tem acumuladas na vida. Dentre várias, um primeiro contato aconteceu com as belas Terezinha Miglio, Malinha, Melinha e Mira (deveria chama-las de “senhoras”, mas não me permitem). Entre elas, a alegria é o que impera, tendo sempre a lembrança dos tempos de Madrigal como assunto principal. E não poderia ser de outra forma.

Após este contato, conheci “a divinal” Maria Lúcia Godoy. Divinal porque assim era chamada em outras épocas, mas também divinal porque é a própria encarnação do carisma e da simpatia. Mas não é desta Godoy que falo neste momento, mas de outra das “Hermanitas Godoles”: Rosa. Ou Pitucha, como todos a conheciam nos círculos do Madrigal. (Foram 7 os Godoy que cantaram no Madrigal Renascentista: Maria Lúcia, Ana Maria, Pitucha, Maria Amélia, Mauro, Amaury e Gilberto (o irmão que chamava as irmãs de Hermanitas Godoles).

Mas, que eu me concentre na Pitucha. Rosa só não esteve no primeiro ensaio, mas entrou logo no grupo e foi sempre aquela figura que colocava as coisas para funcionar: a formiguinha. Conta Maria Lúcia que foi ela quem conseguiu as passagens para a primeira viagem do Madrigal à Europa, em 1958. Como? Simples. Vestida em uniforme de colégio, ficou sabendo que o presidente JK estava em BH e partia para o Rio, junto com o Ministro Clóvis Salgado. Não teve dúvidas. Foi até o aeroporto da Pampulha e cercou o presidente. Este disse a ela que não tinha tempo naquele momento, mas que retornaria a BH ainda naquele dia, e se ela quisesse poderia ir com ele até o Rio para explicar do que se tratava. Então, ela foi e quando retornou tinha as passagens. E sempre foi assim em todas as viagens durante anos. Lá estava a Pitucha buscando os recursos necessários para que o Madrigal pudesse cumprir seu destino de se tornar um dos melhores do mundo.


Muitos foram os que deram um bocado do seu coração por este tão querido Madrigal Renascentista. Muitos eu poderia citar ao longo de dias. Mas, neste momento, fica uma homenagem curta e sincera à pequena, mas magnífica, Pitucha, quem Deus levou para movimentar os coros do céu. Fica na minha memória a cena de suas “irmãs” do Madrigal cantando para ela, ontem, um último “É a Ti, Flor do Céu”. Para ela, um merecido: Viva Pitucha!!!


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